terça-feira, 5 de novembro de 2013

Bebé xxs | parte I

Partilhar a experiência de ser mãe de um prematuro de muito baixo peso nunca conseguirá retratar a realidade...

Este texto anda a fervilhar na minha cabeça desde que o Gonçalo foi considerado, aos 3 anos de idade, um ex-prematuro... Embora continue a ter consultas, mais ou menos regulares, sabemos que são uma precaução e o previamente estabelecido para prematuros de muito baixo peso, como ele!

Como qualquer história, também esta começa muito antes de ter acontecido, como se passo a passo fôssemos preparando (e nos preparando) a provação que iríamos passar.

Quando eu o Nuno pensamos em ser pais, não conseguimos amadurecer nada o assunto! Conversamos, tivemos essa vontade, fomos ao médico, fizemos os exames necessários, tivemos luz verde e pronto! Já está!
Gravidez tranquila, um pequeno susto às 26 semanas, repouso absoluto, gravidez continua tranquila! A pequena Carolina nasce quando se completavam 36 semanas de gestação, num parto santo, feito pelo médico que me acompanhou a gravidez, sem dor, ao som do choro de felicidade do pai e das gargalhadas do médico...

Nasceu nesse dia quente de junho uma menina angelical, sossegada, a menina dos olhos do pai e da mãe... Daí para a afrente foi sempre assim! Um anjo de olho azul (ora verde, ora cinza) uma menina adorável, curiosa, perspicaz, nada birrenta, nada chorona...

Depois foi sempre assim, aluna exemplar, filha adorável, neta carinhosa, sobrinha, afilhada, amiga... Agora é assim...

Depois de uma experiência maravilhosa como a do primeiro filho não foi nada difícil decidir termos outro...
Esse outro mostrou-nos, de forma dura, muito dura, que a realidade não é sempre cor de rosa... 
Agora, acho mesmo que esse outro bebé nos preparou para o que iríamos passar com o Gonçalo.

Depois deste episódio, a gravidez do Gonçalo não foi encarada de uma forma tão calma como a da Carolina... Engraçado que, por ser a segunda (terceira) deveria ser mais calma...

Mas não foi!

Um susto logo às 12 semanas, uma decisão consciente em não fazer a amniocentese,  um aceitar de olhos fechados, mas coração um pouco apertado, que tudo correria pelo melhor, que o "melhor" nasceria quando fosse a melhor altura  e que a perfeição é uma coisa muito relativa!

Alguns sustos posteriores, viagens diárias para trabalhar em V. N. Gaia durante parte da gravidez e, perto das 26 semanas, diagnóstico de pré-eclampsia... E todos os dias, no final do dia, a certeza que tudo correria pelo melhor...

Ecografias semanais até que, às 32 semanas, há rotura de bolsa, parto considerado difícil, anestesia geral e cesariana! Nasce o pequeno Gonçalo, com 1100 gr e 38 cm... Não precisa de ventilação assistida, contenta-se com a sua mega incubadora!

Os dias que se seguiram... São difíceis de narrar... (Respirar fundo... pausa...)









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